quinta-feira, 2 de novembro de 2017

30 days writing challenge - Dia 2: Escreva sobre algo histórico

Esse texto começa de forma simples. Pensei por vários e vários minutos, olhando para a tela do computador e pensando em como descrever acerca de um tema que tanto me deixa pensativa. O texto de hoje é mais sobre como o tema me faz refletir sobre, então, digamos que seja um relato histórico.
Fui, durante muito tempo, a única menina da família. Fui protegida pelos meus primos. Era a bonequinha, a “princesinha” da família. Aos 6 ou 7 anos, minha família (meu pai, minha mãe e eu) – que antes morava na casa do meu avô. Era meio que a primeira vez que eu ia encarar a vida longe dos meus primos e isso, ao menos, não me assustava. Ser a única menina da turma, não deveria ser difícil. Exceto, quando em algumas brincadeiras, eu era convertida em “café-com-leite” ou quando era chamada de “Maria-macho”, por querer brincar de algo que “não era feito para meninas”..
Para minha família, em geral, eu continuava sendo a “princesinha”, até meus 10 ou 11 anos, quando fui automaticamente “evoluída” a um Pokémon adulto. Eu já era mocinha, já tinha que ser tratada assim e deveria ser madura. Meu primo, uns 4 anos mais velho do que eu, ainda continuava a ser visto como criança. “Ah, ele é só um garoto! Ele pode.. Você? Não. Você já é mocinha. Não pode fazer mais esse tipo de coisa!”. E assim, com 12 anos, eu já era uma mocinha que não podia ficar correndo, descabelada ou na bagunça, “como um moleque”. Tinha que ser a bonequinha que fui criada pra ser.
É só um pequeno relato, se for para se comparar com todas as garotas que passaram pela mesma coisa, ou até mesmo pior. Garotas que foram atingidas antes, durante e depois- que ainda sofrem. Todos os dias, sendo atingidas por situações que não pediram ou que não existia motivo pra acontecer. Nós, eternas garotas, nunca pedimos para que a sociedade nós fizesse crescer na flor da infância. Falam tanto de destruir a infância das crianças, como justificativa do preconceito, mas esquecem que ao tratar uma criança como um jovem adulto, tão cedo, é que se mata a inocência daquele ser.
Vamos pensar nos seres humanos como plantas. Por que escolher podar uns, ao invés dos outros? Por que destinar mais recursos a uns e deixar os outros em condições hostis? Onde está a justiça e a igualdade, os direitos de livre expressão, quando se cala a voz fraca de alguém que só quer levantar? Parem de tampar a boca de quem quer justiça! Parem de quebrar as pernas dos que querem buscar um mundo mais igualitário.
Gritem! Andem! Se juntem! Sejam mais fortes do que as pessoas que querem lhe prender. Reaja! Tragam a chama que muitas vezes, antes que alguém lhe jogue água fria. Meninas! Sejam irmãs! Amigos! Sejam companheiros!

Simplesmente, por um mundo mais justo.

(Fonte: http://www.acheicaxias.com/)

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